Edimar Gonçalves, mais conhecida como Edi pelos amigos nos deixou hoje, no dia 26 de abril de 2022.
Qualidades que identificam esta profissional: seriedade, justiça, reservada, amável, extremamente competente, comprometida, apaixonada pela profissão.
Edimar fez o técnico em Química e depois cursou a faculdade de Química na Oswaldo Cruz
O trabalho sempre foi a coisa mais importante para ela, apesar de nunca querer holofotes, foi de grande importância para o desenvolvimento da nossa área e no seu anonimato, foi pioneira no desenvolvimento de produtos cosméticos.
Seu primeiro trabalho foi no biotério do Instituto Adolfo Lutz, segundo suas palavras era um trabalho em que judiava dos coelhos e isso a deixava infeliz. Na década de 70 mudou-se para a Niasi, quando a empresa ainda estava localizada na av. Miruna, Arthur Gradim era seu colega de empresa, posteriormente a empresa mudou sua estrutura para Taboão da Serra.
Em 1986, Solange Garcia começou a trabalhar na Niasi e admirou-se com o tempo de casa que Edimar tinha, sua fidelidade e devoção pela empresa era algo único. Nas palavras de Solange Garcia, ela foi sua professora de profissão e de vida.
Edimar dedicou quase 40 anos de sua vida para a empresa, entre uma saída temporária e seu retorno à casa querida.
Com 25 anos de casa, recebeu uma linda homenagem da Niasi e uma placa com agradecimentos pela sua dedicação e tempo de casa. Solange conta que uma frase que ela comentou marcou muito sua vida, Edimar disse: “Eu tenho muita sorte, pois amo o que faço e ainda sou remunerada.”
Edimar era extremamente justa, rigorosa, uma pessoa séria, ética, introspectiva, não falava da vida pessoal.
Dedicou sua vida no cuidado do pai, perdeu sua mãe muito cedo, era uma filha exemplar e dedicada. Como era muito reservada, não costumava frequentar as festa, tão características no setor cosmético, leva-la para almoçar fora era tarefa impossível. Somente o tradicional Jantar da ABC é que foi capaz de tira-la de casa.
Fim anos 60 começo 70 foi Niasi, respirava Niasi, ajudou muita gente e a área cosmética
Edimar foi uma pioneira na tecnologia de coloração capilar, todas as nuances de Biocolor nasceu de seu conhecimento. Também foi pioneira no conceito do uso de filtro solar em shampoo, cujo claim foi usado pela primeira vez na linha Biorene, assim como ativos a base de algas marinha.
Sempre valorizou o trabalho em parceria com fornecedores, pois era uma curiosa e gostava de testar coisas novas, os fornecedores sempre acreditavam no trabalho e comentários dela.
Mesmo sendo de poucas palavras e introvertida, os fornecedores adoravam sua retidão, pois todos os ingredientes que eram levados para a Niasi, Edimar os testava e dava o feedback, se funcionavam, aspectos positivos, negativos, era uma verdadeira cientista.
Como ainda não haviam institutos especializados em eficácia, todos os testes eram feitos lá mesmo, dentro do laboratório, tanto que montou lavatório interno no laboratório para testar suas criações.
Solange conta uma passagem interessante que mostra a retidão de Edimar, após se aposentar da Niasi, foi prestar consultoria em uma grande empresa de cosméticos, certo dia o dono da empresa entrou gritando no laboratório com todos os funcionários, desrespeitando estes profissionais, após ele sair da sala, ela simplesmente pegou sua bolsa e foi embora, nunca mais voltou, nem mesmo para receber, pois não suportava injustiça.
De 2010 a 2016 trabalhou como consultora com sua amiga Roseli Insoliti, onde sempre dizia que estava em casa e nem encarava como um trabalho, pois amava o que fazia.
Edimar Gonçalves deixa uma grande saudade no mercado cosmético, mas seu legado para o segmento jamais será esquecido.
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